"Sinais têm de chegar aos bolsos dos portugueses"
O ministro da Solidariedade, do Emprego e da Segurança Social, Pedro Mota Soares, reconheceu esta quinta-feira, no Parlamento, que "nenhum esforço [decorrente do programa de ajustamento] terá sido suficiente enquanto existirem os atuais níveis de desemprego" em Portugal.
Mota Soares falava depois da interpelação do PCP ao Governo e vincou que os "sinais positivos têm de chegar aos bolsos dos portugueses", embora tenha alertado a bancada comunista de que "refutar os dados do desemprego é desvalorizar o trabalho das empresas".
Isto porque, na interpelação, o deputado Francisco Lopes (PCP) classificou de "chocante" o facto de haver "mais de um milhão e 400 mil" desempregados, "na sua maioria sem apoios sociais", assinalando que o Executivo pretende manter "o caminho" ao tentar "que os cortes nos salários, nas pensões e nos apoios sociais que apresentou como temporários passem a definitivos" - em alusão às palavras da véspera do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
Francisco Lopes anunciou, assim, que os comunistas vão avançar com propostas sobre o fundo de garantia salarial e de reforço ao subsídio de desemprego, bem como de proteção da maternidade e paternidade, que visam incentivar a natalidade, e ainda de reforço ao complemento solidário para idosos.
Mota Soares aproveitou a ocasião para anunciar a criação de três programas de combate ao desemprego: um de apoio ao empreendedorismo jovem, outro de formação e capacitação de jovens com baixas qualificações e um terceiro de "franchising social" para que desempregados de longa duração possam "criar os seus micro-negócios".